quem e o pai de yasmin brunet_que dia que o botafogo_questões vozes verbais

O ecr das partidas e chegadas estava elctrico e nervoso,Debitava horas sem sentido,No havia sinal do nosso comboio,Percebi que algo teria acontecido mas.quem e o pai de yasmin brunet habituada que estou falta de rigor nesta pontualidade sobre carris,como numa relao onde a mentira se faz verdade e j no se reage com estupefaco a uma incongruncia,tambm eu fiquei somente espera,muito diferente estar espera sem sermos esperados,Isso distende a nossa ansiedade,Relativiza a angstia e passamos a reparar no que estava nossa frente e.

aparentemente,no se mostrava,Claro que a pressa nos tolda a viso,Vivemos sem reparar porque isso pressupe tempo e o tempo.pensamos ns,til para tantas outras coisas,que deixmos de distinguir as que realmente importam,Preferimos enterrar a cabea no telemvel do que ver a cor dos olhos de quem est nossa frente,Voltemos estao,Uma mulher sorriu-nos.

Eu estava acompanhada,Espervamos juntos o comboio,A mulher estava sozinha,Sorriu e sentou-se.Uma crescente ansiedade tomava conta da estao ao final do dia,As notcias comearam a chegar: um acidente,que dia que o botafogo Circulao cortada nos dois sentidos,Levantei-me para saber se o ecr,mais nervoso do que eu,j debitaria factos em vez de uma estranha intermitncia.

para voltar espera,cruzo-me com a mulher do sorriso largo,Explica-me com mais dados o que j se sabia,E logo ali percebemos que no haveria comboio to cedo.No sei se fico c a dormir- disse-me ela desapontada,muito diferente quando algum nos espera,Voltei ao meu lugar,com o meu companheiro de viagem,uma simulao do custo dos quilmetros que nos levariam a casa,Concordmos no desafio.

questões vozes verbais Sou movida por impulsos,no descobri agora,mas vou confirmando com a idade,Decidi estender esta boleia mulher do sorriso largo.que o multiplicou,como se fosse possvel,no seu rosto cansado,Apresentmo-nos,E l fomos os trs,com ela incrdula.

ao lado da condutora,de um pas mais distante do que a distncia que nos esperava,Joana falou das filhas,a mais pequena que no queria dormir sem o beijo da me.No importava a que horas fosse,ouvindo msica,O calor a morder-me os tornozelos,mas sentada no meu privilgio que no era o de Diana,a mulher que teria de fazer o dobro dos quilmetros para voltar casa de partida,Durante toda a viagem houve um equilbrio entre o silncio e o discurso que nunca foi rudo.

E quando chegmos,antes da meia-noite,selmos o fim da viagem com um abrao,Como se nos conhecssemos.J em terra firme arrastei a mala junto dos arbustos que a minha casa de infncia foi vendo nascer e ao roar as plantas que talvez no estivessem antes ali - como adivinhar na noite escura? - senti um cheiro fresco que me restituiu o conforto no da viagem,mas desta incurso maior da vida e que vem da infncia,Foram segundos de uma impresso sem forma ou nome,Abri a porta de casa e a mala,Fui dormir,s vezes s queremos chegar a casa.

Ainda pensei em Diana - algum a esperaria? E na Joana,que prometera um beijo de boa noite,a uma das suas filhas,sem hora marcada.Na manh seguinte descobri que o cheiro da infncia vinha das ervilhas-de-cheiro que tinham crescido na minha ausncia,Todo o quintal era agora um jardim das delcias para os meus sentidos,Menos dez graus aqui,As plantas ainda rejuvenescem com a humidade fresca da noite,a campainha tocou e porta estava um ramo de flores,em sinal de agradecimento pela boleia do acaso.

O meu pai fazia anos,Aparentemente nenhuma relao entre estas duas coisas,Atravessei o quintal,com o ramo na mo.a pensar na educao que os meus pais me deram sem muito alarido: ajudar o prximo,Salvar o outro de qualquer injustia,No fazer ao outro o que no queremos que nos faam a ns,Melhor: propor uma boleia que nunca estaria anunciada num ecr com horrios estipulados,com o fim-de-semana j vivido,vou na viagem de regresso.

Tenho esta convico firme de que fazemos pouco pelos outros,por desconfiana,porque muitas vezes o nosso conforto,pensamos ns.abalado pela presena de terceiros,Na verdade,quando o nosso conforto descarrila que nos tornamos mais humanos,No devia ser preciso perder nenhum comboio para saber isto,O corao ainda bate,O Coração Ainda Bate. O acidente.

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