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olhos postos entre o mar,o cu e o suor que escorre nos meus joelhos duas colinas que se desviam para que eu possa ver a cena,O brinquedo da criana est agora desfeito em dezenas de pecinhas que se soterram e se afundam na areia,Talvez na sua forma inteira.fff bet o brinquedo tenha sido um camio-grua,ou um helicptero com um capito-pato,mas agora s um desamontoado de pequenas peas de plstico que provavelmente no se voltaro a encaixar,As mos da criana,empapadas de protetor solar e avidez,abrem e desenroscam.
desatarraxam e separam os blocos do brinquedo,como quem procura espreitar o que se passa entre as partes agora soltas,Para desvendar o seu interior,para entender o que.o brinquedo no consegue explicar,Para ver o que esconde dentro: o mago de um brinquedo talvez desvende o segredo da Felicidade,to apto que a provocar consolo,alegria e entusiasmo,A curiosidade da criana circula sfrega entre os olhos e a ponta dos dedos das mos,Qual King Kong de cales de banho.
o mido tenta desatarraxar a ligao de uma esfera que segura entre os ps,e l consegue separar aquilo que,de ao longe,percebo ser a cabea de um pato-capito.agora sordidamente degolado,enquanto estica e repuxa o ltimo bocado: Poing!,empresas do ruyter A bola salta,a me sobressalta-se,olha para trs interrompendo os seus afazeres,arregala os olhos.
entorna a gua da garrafa no preo,solta uma onomatopeia,espreita a boca da criana para confirmar que no ter engolido um parafuso,uma argola.uma pata do pato,Olha em volta,V o brinquedo desmontado,Para a me so destroos,Para a criana so pedaos de compreenso,Peas-chave para o mundo.
fun bet777 a minha parceira de mesa da escola,sentada ao meu lado por afinidades alfabticas,mas no por amizade,ficou de castigo por ter desmontado o relgio de pulso.Aconteceu durante uma no to entusiasmante aula de Geografia,onde aprendamos nomes de coisas que no conseguamos tocar,montanhas que no poderamos subir,formaes terrestres que no nos deixavam escavar,porque na sala as mesas eram de madeira estril envernizada,e no de terra para enfiar as pontas dos dedos.
As nossas mos ficavam inteis em cima da mesa,os nossos ps ficavam pendurados no vazio infecundo entre a cadeira e o cho,com as costas retas e alinhadas,como se a Terra que nos ensinavam fosse lisa e direita.e no cheia de covas e curvas como a areia da praia,A minha colega,a Ana Rita,pegou na lapiseira,e com a pontinha metlica comeou a desmontar uma a uma,todas as peas e parafusos do seu relgio.
at que a bracelete,os ponteiros e os restantes rgos do relgio,novinho em folha,ficaram espalhados na secretria.como numa mesa de dissecao,A professora no gostou do aparato,E a minha parceira levou um ralhete enquanto eu fiquei quieta e calada,no fosse o ralhete entornar-se em cima de mim tambm,mas achei injusto,Afinal que mal tinha ela querer ver o interior do relgio? Se calhar estava s a tentar perceber como funcionava o tempo.
a decompor as horas e os minutos e os segundos,a tentar perceber o tempo por dentro,Quando a escola terminava,eu reparava que a Ana Rita ficava muitas vezes espera do pai ou da me.em separado,como se fossem ponteiros distintos,ao contrrio de mim,que seguia para casa com o pai e a me juntos,num carro s,Lembro-me de passar s vezes.
porta da escola,depois de ter ido ao ballet ou msica e de a ver l,ainda espera,Como se o tempo do pai e da me da Ana Rita estivesse distrado e se esquecesse de avanar.Como um relgio avariado Mesmo assim a professora no gostou quando viu em cima da mesa os parafusos dispersos do relgio,como pensamentos sem ordem,Como frases sem sentido,O relgio sem sentido,Eu nunca desmontei relgios,mas gostava de desmanchar flores.
Tinha-lhes um amor to profundo que precisava de as entender por dentro,No jardim da minha av havia uma variedade de plantas,cores e formas,e de vez enquanto eu colocava-as sobre a tijoleira do terrao e fazia uma espcie de bipsia.dissecava-as em ptalas,rasgava os caules,abria folhas ao meio,observava os tecidos,Queria entender de onde vinha o cheiro,a beleza indescritvel que possuam.
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