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estão no mercado uma vez que têm o vinho feito,Em três anos,o autor especializado em desenvolvimento sustentável,pôde testemunhar o progresso real e ver como o compromisso da região com práticas vitivinícolas regenerativas e adaptação às alterações climáticas aumentara exponencialmente.bet fa contou ao PÚBLICO,numa conversa virtual,No e-book que escreveu para a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA),promotora do PSVA,há imagens do antes e do depois,de 2021 e de 2024.
E é impressionante,como nota Breeze,É realmente impressionante ver a causa e o efeito,E quando as pessoas intervêm [nas suas propriedades] com ecologistas.engenheiros,viticultores,quando reúnem gente com toda essa experiência,conseguem realmente fazer a diferença numa região com um clima muito extremo,Penso que foi Iain [Richardson] do Mouchão que me disse que o velho índice de Winkler [método de classificação do clima em regiões vitivinícolas],que eles usavam para aferir se as uvas conseguiriam sobreviver a determinadas condições climáticas.
era completamente redundante no Alentejo,onde os valores rebentavam com a escala,Nenhuma daquelas vinhas devia sobreviver no clima do Alentejo,mas elas estão lá.Os produtores conseguem criar grandes ensombramentos ao deixar as videiras com mais folhagem,cobrir o solo com mulching e,bertsul dessa forma,ter diferenças de temperatura enormes entre a cobertura orgânica e o subsolo,a camada de matéria orgânica morta,deixada de propósito nas vinhas.
e noutras culturas,funciona como barreira térmica,retendo a humidade possível no solo,Do ponto de vista do negócio do vinho — e nunca é demais recordar que a sustentabilidade tem três pilares: deve ser económica.ambiental e social —,o objectivo último é apanhar uvas no ponto certo de maturação e conseguir produzir vinhos equilibrados,Sendo que ter uvas frescas e equilibradas traz,sublinha Nick Breeze,outro efeito indirecto: reduz o teor alcoólico,que é algo em que os consumidores internacionais estão actualmente muito interessados.
ben 10 000 No Calor é uma obra de quase 60 páginas que resulta de mais de 30 entrevistas feitas a produtores,cientistas e líderes locais,Não aborda só o foco da região na regeneração de solos,Fala também de uma gestão cada vez mais eficiente da água e de diversas práticas de promoção da biodiversidade — a lógica é: ecossistemas mais diversos são ecossistemas mais resilientes; e tudo porque todo o microorganismo tem algum serviço a prestar ao ecossistema —.da coesão social e da viabilidade económica,num contexto de crescente pressão climática,Lançado em 2015,o programa de sustentabilidade dos vinhos alentejanos envolve actualmente uma comunidade de 637 membros,indo muito para além dos produtores-engarradores que obtêm o selo de Produção Sustentável,Basta dizer que para obterem a certificação do PSVA.
as herdades e adegas têm de comprar uvas a fornecedores que estejam inscritos no programa,para se perceber o alcance do mesmo,Segundo a CVRA,o programa já tem dedo em aproximadamente 60% da área de vinha da região e aproximadamente 35% do volume de vinho certificado com Denominação de Origem Controlada Alentejo ou Indicação Geográfica Alentejano.Nick Breeze é também fundador da ClimateGen e tem documentado os impactos das alterações climáticas em diversas regiões do mundo,sempre com uma abordagem focada na procura de soluções,Explica que,tipicamente,a área do globo terrestre em que era possível produzir vinho era a faixa situada entre os paralelos 30 e 50,mas diz que isso já não é bem assim.
Não havia vinhas abaixo ou acima dessa faixa,mas tudo isso está a mudar,E regiões como o Alentejo e outras estão a sofrer com as alterações climáticas,As regiões ideais para a produção de vinho estão a deslocar-se em direcção ao Pólo Norte e ao Pólo Sul e a afastar-se do Equador.sublinha Breeze,Mas mesmo em regiões vitivinícolas recentes como o Alentejo (que fazendo vinho há muito,de facto não tem a história de Bordéus ou do Douro),em que há muitas vinhas regadas — e quando a vinha é regada,as suas raízes são superficiais,ficam dependentes de rega.
não chegam às reservas hídricas no subsolo —,afiança o especialista,é possível fazer diferente,O Alentejo já é um exemplo de sustentabilidade lá fora.Como o é a Califórnia,Nick Breeze dá conta de iniciativas interessantes nesta matéria também na América do Sul,na Argentina,na Nova Zelândia,na Austrália e,destaca o interesse de Tokay.
na Hungria,em aceder a este tipo de conhecimento e a laboratórios como o Alentejo,que de resto está entre os fundadores da recém-criada Global Artisan Vintners Alliance (em português,a Aliança Global dos Vinicultores Artesanais).Entrevistei para este projecto um glaciologista muito conhecido [Jason Box],que vive na Dinamarca,onde há uma nova região vitivinícola,e ele disse-me: olhando aos dados climáticos,esse pessoal [no Alentejo] está a lutar contra a gravidade ao insistir em fazer vinho aí? Depois,quando visitou a região.
ele ficou completamente impressionado com o que estava a ser feito e com a resiliência natural que estava a ser construída,Na sua segunda viagem ao Alentejo,Breeze reparou que a irrigação era usada com parcimónia,apenas nos períodos de calor extremo.quando os produtores precisavam de evitar que as videiras desligassem,parassem de trabalhar (algo que aconteceu,por exemplo,no Douro no ano vitícola de 2022),ou então em vinhas novas,que precisam desse empurrão inicial.
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