thiago souza chipre_sonhar com muito brinquedo_são josé x

O processo era demorado,muitas vezes invisvel e justamente por isso,esse tempo de maturao colide com uma nova urgncia: a da exposio constante,Ao artista contemporneo pede-se que.thiago souza chipre para alm de criar,tenha de comunicar,No basta fazer preciso mostrar,E mostrar bem,A arte tornou-se tambm contedo,a roda transformou-se em cenrio.

Na pintura,o ateli um bastidor de stories,A msica precisa de caber num reel,A escrita deve ser breve e visual.A criao artstica passou a competir com o entretenimento rpido e perder tempo,nesse contexto,parece pecado,inegvel que as redes sociais trouxeram oportunidades,Democratizaram o acesso,facilitaram vendas.

aproximaram pblicos,Florian Gadsby,ceramista britnico com um milho de seguidores no Instagram,livros publicados e detentor de um canal de Youtube com quase dois milhes de subscritores atentos.um exemplo notrio: domnio tcnico exemplar,presena discreta e esttica apurada,sonhar com muito brinquedo Mas o que o tornou fenmeno no foi s a cermica foi a imagem construda,a narrativa visual,a coerncia editorial nas suas redes,Um verdadeiro artista (e celebridade) dos tempos modernos.

Por cada Gadsby,no entanto,h centenas de artistas esgotados,presos entre a prtica e o algoritmo.a tentar existir entre o trabalho profundo e a necessidade de estar sempre visveis,os que no aparecem: mestres que vivem fora do ecr,criadores cuja linguagem no cabe num rectngulo,ofcios que sobrevivem margem,Em So Pedro do Corval,no Alentejo.

são josé x por exemplo,ainda se molda barro como sempre se fez: com o tempo do corpo e o silncio da prtica,Mas a cada ano h menos mos a continuar o ofcio,O saber que no se mostra corre o risco de desaparecer no por falta de valor.mas por falta de ateno,O feed no chega a tudo,Nem todos tm pacincia para mostrar o que sabem,A questo no rejeitar o digital,perceber o que se perde quando deixamos que o algoritmo dite o tempo da criao,A arte precisa de espao para errar.

amadurecer,transformar-se fora da lgica da produtividade e da esttica imediata,Nem tudo o que bom se mostra bem,E nem tudo o que se mostra bem tem substncia.tambm resistir,Resistir acelerao,simplificao,ideia de que s existe o que se publica,Manter viva a prtica honesta,mesmo que invisvel.

E lembrar que a arte,em qualquer linguagem,continua a ensinar o que o ecr no mostra: o valor do processo,da repetio.Porque a arte,no se aprende em 15 segundos,E quando deixamos de ter tempo para aprender com quem veio antes o que acontece salvaguarda das artes e ofcios? Quem guardar o que no cabe no feed?,Cria, publica, repete: a arte em tempos de feeds de redes sociais,Clark Olofsson,que ter sido o primeiro criminoso de nacionalidade sueca a conquistar um lugar entre a cultura pop.

depois de ter participado num assalto a um banco de contornos bizarros,morreu a 24 de Junho,confirmou nesta quinta-feira a famlia ao dirio sueco Dagens ETC,que tinha 78 anos.encontrava-se internado no hospital de Arvika com uma doena no especificada,Olofsson ficou marcado por uma vida repleta de crimes,de assaltos mo armada a raptos e tentativas de assassnio,com vrias passagens pela priso,Criado com a me,e trs irmos em Gotemburgo.

Olofsson saiu de casa cedo,aos 15 anos,para embarcar num navio de carga e,viajar mundo.Mas acabaria por se dedicar a pequenos crimes que o levaram priso,depois de ter fugido do crcere,cometeu um roubo juntamente com Gunnar Norgren,Os dois foram apanhados e Norgren matou um agente da polcia a tiro,Mas o que o tornou famoso,a ponto de servir de mote para uma srie da Netflix Clark.

realizada por Jonas kerlund e protagonizada por Bill Skarsgrd foi o episdio ocorrido em 1973,quando passou seis dias dentro do Credit Bank,em Estocolmo,onde manteve quatro pessoas refns.o criminoso Janne Olsson,que Clark Olofsson tinha conhecido na priso,barricou-se dentro da instituio financeira com vrios refns,exigindo que Olofsson fosse libertado da priso e enviado para o banco,O Governo cedeu,A chegada de Clark Olofsson acalmou os nimos e acabaria por ser encarada pelos refns com alvio.

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